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Sejam Bem Vindos!!
No cumprimento para avaliações da Disciplina Diplomática e tipologia Documental do curso de Arquivologia da Universidade de Brasília, apresentamos o DIPLOMUSIC:
Aqui iremos abordar ícones interessantíssimos sobre o fascinante mundo da MÚSICA, focando principalmente em um grande nome: MOZART CAMARGO GUARNIERI, um dos músicos brasileiros mais ativos do século XX, reconhecido desde 1928, por suas composições inovadoras e de caráter nacional. Durante sua incansável trajetória, muitos documentos foram produzidos e hoje constituem um verdadeiro tesouro para memória da música Brasileira. Munidas com uma amostra de alguns desses documentos, será feita uma análise embasada nas definições e estudos sobre diplomática e tipologia documental.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Adeus a Camargo Guarnieri...

E ai galerinha, beleza?


       Trouxemos mais uma postagem sobre Mozart Camargo Guarnieri. Essa postagem é um relato sobre alguns fatos marcantes de sua vida, como conseguiu tornar-se um compositor respeitado, sua relação com Mario de Andrade, algumas polêmicas em sua trajetória e sua despedida terrena. Esperamos que, com essa postagem, após conhecer um pouco mais sobre esse magnífico artista, todos possam ter tanto uma boa recordação de Camargo Guarnieri quanto de suas músicas.
        





         Nascido na cidade de Tietê (SP), em 1º de fevereiro de 1907, Mozart Camargo Guarnieri foi assim batizado em homenagem ao compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Os pais de Camargo Guarnieri, o italiano Miguel e a brasileira Gécia, eram músicos amadores e foram eles que ensinaram ao menino as primeiras notas. Ele compôs sua primeira obra, Sonho de Artista, com apenas treze anos, quando estudava piano com o professor Virgínio Dias.
         A família mudou-se para a cidade de São Paulo em 1923, a fim de que o rapaz pudesse aperfeiçoar seus conhecimentos e sua prática musical. Mas os Guarnieri não eram ricos e a vida era difícil. Mais velho de nove irmãos, Mozart precisava ajudar no orçamento doméstico, dividindo seu tempo entre ajudar o pai numa barbearia e trabalhar como pianista numa loja de música e, depois, em cafés, cinemas e teatros, enquanto freqüentava aulas no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.
        No conservatório, Camargo Guarnieri conheceu o maestro italiano Lamberto Baldi, com quem estudou composição e regência. Baldi já se destacava por difundir, como regente, as obras dos contemporâneos brasileiros. E por toda a vida, Guarnieri o reconheceu como principal responsável por sua formação musical. Mas, na época, São Paulo ainda vivia sob o impacto da Semana de Arte Moderna de 1922, marco de uma revolução da arte no país, e o jovem músico não ficaria imune ao que acontecia ao seu redor.
         Aos 21 anos, em 1928, Guarnieri foi apresentado pelo amigo pianista Antônio Munhoz a um dos expoentes da Semana de 22 – o escritor, poeta e estudioso da cultura popular brasileira Mário de Andrade. Depois de ouvir duas composições de Guarnieri – Canção Sertaneja e Dança Brasileira – Mário entusiasmou-se e logo se dispôs a tornar-se mentor intelectual do rapaz.
         No início da década de 50, Guarnieri envolve-se em uma polêmica sobre os rumos da música brasileira. Defensor fervoroso do nacionalismo musical preconizado por Mário de Andrade, segundo o qual os artistas deveriam se aproximar do folclore e das tradições populares e nelas se inspirar, baseando-se em valores e temas regionais, o compositor publica, em 1950, a Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil. Nela, opõe-se diretamente ao vanguardista Koellreutter (1915-2005), que começou a ensinar no Brasil a técnica de composição chamada de dodecafonismo.


         Na técnica dodecafônica, a composição não é orientada por um tom, ou seja, as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, sem estarem sujeitas a uma relação hierárquica dada pela tonalidade. O dodecafonismo foi criado na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg (1874-1951) e teve em Hans-Joachim Koellreutter (1915 - 2005) seu principal difusor no Brasil. O dodecafonismo não se enquadrava no nacionalismo musical, uma vez que a música de tradição popular e regional é basicamente tonal, e foi mal visto pelos nacionalistas.
        Polêmicas à parte, Camargo Guarnieri continuou tendo alunos e compondo ininterruptamente. Em seus 85 anos de vida, foram mais de 700 obras, abrangendo dos prelúdios às sinfonias, das canções à ópera. Em 1975, ganhou uma orquestra criada especialmente para ele – a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP). Mozart Camargo Guarnieri morreu em 13 de janeiro de 1993. Sua herança musical ficou não apenas em suas composições, mas na formação de nomes destacados na música erudita brasileira, como Almeida Prado, Ailton Escolbar, Marlos Nobre, Sérgio Vasconcellos Correa e Osvaldo Lacerda. Sua última composição antes de morrer se chama "Acalanto para Luísa", a qual nem deu tempo de estrear e foi então estreada dia 5 de maio de 1994 por Adélia Issa, em São Paulo. Composição essa que pode ser considerada como um arquivo histórico para o fundo de Guarnieri, por representar as últimas emoções passadas pela música desse magnífico compositor brasileiro. 

             Esperamos que todos tenham apreciado conhecer um pouco mais, sobre esse grande ícone da música brasileira...

                                                                                                                                        Tchauzinhooo!

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